Em parceria com a
Embrapa Rondônia, a Seleon Biotecnologia, de Itatinga, SP, vem desenvolvendo,
por meio de análises laboratoriais e estudo prático a campo, uma nova
metodologia para elevar a fertilidade das matrizes submetidas à Inseminação
Artificial em Tempo Fixo, dentro do conceito da “IATF de Precisãoâ€. Tal projeto
foi apresentado na última reunião anual da Sociedade Brasileira de Tecnologia
de Embriões (SBTE), promovida em agosto do ano passado, em Florianópolis, SC.
Trata-se de um
trabalho cientÃfico que buscou associar caracterÃsticas especÃficas de
cada partida de sêmen com as condições ovulatórias individuais de vacas no
perÃodo pós-parto. Essa nova metodologia difere totalmente das maneiras
convencionais de avaliações relacionadas à fertilidade, que procuram analisar
isoladamente o potencial do macho e da fêmea em programas de IATF.
Neste sentido,
continua Potiens, o trabalho com a Embrapa mostrou ser possÃvel aumentar a
fertilidade de vacas submetidas à IATF por meio da associação entre o grau de
hiperativação espermática (partidas de sêmen com maior ou menor velocidade de
movimentação) e o momento estimado da ovulação da fêmea.
O estudo de campo
feito pela Embrapa Rondônia, sob a supervisão do pesquisador Luiz Francisco
Machado Pfeifer, desenvolveu-se no sentido de validar este trabalho teórico realizado
previamente em laboratório pela Seleon, que dispõe de equipamentos ultramodernos
para análises e armazenamento de dados referentes às partidas de sêmen.
A partir desta
análise, foram selecionados para o estudo de campo apenas partidas de sêmen de
dois touros, justamente aqueles que apresentaram caracterÃsticas distintas,
classificados como hiperativados (H +) e não hiperativados (H-).
Segundo informa Potiens, tendo como base os resultados de IATF do experimento da
Embrapa, as vacas com ovulação tardia (OT) registraram taxa de prenhez de 72,7%
(48 gestações em 66 matrizes do protocolo) quando inseminadas com sêmen menos
ativado (H-). Em contraste, o grupo de matrizes de ovulação tardia inseminadas
com sêmen hiperativado (H+) apresentou taxa de prenhez de apenas 52,1% (50
gestações em 96 fêmeas do protocolo).
Os resultados já obtidos com o
experimento fazem parte de um projeto maior que a Seleon e a Embrapa estão
desenvolvendo, sendo que os próximos passos visam avaliar alternativas mais
práticas para selecionar as fêmeas conforme o potencial de ovulação.